sábado, 12 de maio de 2018

SUPERAR TODA FORMA DE VIOLÊNCIA



A arte, a ciência, a tecnologia, a robótica, os meios de comunicação, os esportistas, os profissionais de todas as áreas, enfim, a humanidade caminha numa constante busca de superação.
No entanto, a violência em suas várias formas: armada, verbal, física, moral, psicológica... mostra-se de difícil superação. Ela está nas casas, nos bares, nas ruas, no trânsito, no trabalho, nas disputas religiosas, nas torcidas dos estádios, nas brigas entre gangues, no tráfico organizado, nas milícias armadas, nas guerras civis e militares, nos conflitos entre estados e nações... A violência permeia as relações humanas, religiosas, sociais e culturais. Um fenômeno complexo, fruto de muitas e variadas causas, que por meio da força, da agressão física ou moral, faz com que uma pessoa não seja reconhecida como sujeito e seja rebaixada à condição de objeto, subjugada pelo poder e pela força. A violência fere, causa traumas, mata e sempre gera mais violência...
A evolução da humanidade deveria ser marcada pela superação da violência. Deveria ser um sinal de aprimoramento da espécie humana, que superando os instintos animais, a humanidade estaria mais próxima de um agir mais racional, consciente, inteligente e fraterno, fruto do reconhecimento de que somos irmãos e de que devemos ser solidários uns com os outros.
Buscar meios de superar a violência é trabalhar por uma sociedade mais humana e pacífica. É buscar meios de fazer com a vida em família, em comunidade, no bairro, no trabalho, nas igrejas, no trânsito... seja mais leve, mais pacífica, mais gostosa. Superar a violência é preservar a vida, é recuperar a fraternidade perdida. Afinal, “somos todos irmãos” (cf. Mt 23,8).
Este é o convite, o apelo e o empenho da Igreja do Brasil para a Campanha da Fraternidade 2018. Mas para que a Campanha possa produzir mais frutos, é preciso que seja acolhida, abraçada e levada a sério pela Igreja nos seus mais variados grupos, pastorais e movimentos. Nas palavras de Santo Inácio de Loyola, é preciso “sentir com a Igreja”. Fazer nossos os seus apelos. Se, pelo batismo, fomos configurados a Cristo formando um só Corpo Místico e se nos alimentamos do pão da Palavra e da Eucaristia, para continuar sua missão no mundo, não podemos ignorar esse apelo para a sincera busca de superação da violência. Ignorar esse apelo da Igreja do Brasil é um ato de falta de fraternidade, é um ato de violência... Nossa fé precisa transcender os momentos litúrgicos, os ambientes religiosos e se transformar em atitudes concretas a favor da vida e favor da superação de toda forma de violência.
A comunidade dos primeiros cristãos, apesar de toda hostilidade das perseguições, apesar de certos desentendimentos da parte das lideranças cristãs, deixou um testemunho importante: “Vejam como eles se amam!” (At 4,32). Os de fora da comunidade enxergaram esse diferencial nos cristãos. Isso é o mínimo a se esperar de cada um de nós que nos colocamos no seguimento a Jesus Cristo e carregamos o nome de cristãos. O próprio Jesus nos atesta que a prática do amor é que define o discipulado: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35). Comecemos por nós mesmos a rever nossos gestos e atitudes, nossas escolhas, ações e decisões... que elas sejam marcadas pela prática do amor e pela busca de superar toda forma de violência. E isso é pra começo de conversa!
Denilson Mariano


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