O
amor, quando verdadeiro, mesmo em sua aparente fragilidade é sempre maior e
mais forte que a morte, a violência e a guerra. Se em nossas cidades a
violência insiste em crescer apresentando situações cada vez mais alarmantes;
Se ainda cresce a indiferença frente aos sofredores, famintos e desprezados
pela sociedade; Se ainda no mundo o radicalismo islâmico segue expulsando
pessoas de sua pátria e fazendo um incontável número de vitimas; Se nações como
França e Reino Unido insistem em erguer muros para impedir a entrada de
migrantes; Se milhares de refugiados morrem vítimas de naufrágio em costas
européias; Se a corrupção desvia os recursos que deveriam chegar aos hospitais
para salvar vidas... Ressurge, na contramãos destas situações, o testemunho de
uma vida doada a favor dos últimos; uma vida doada aos pobres e doentes; uma
vida cuja missão se resume em amar sem medidas. Ressurge o testemunho de uma
Missionária da Caridade, uma Missionária do Amor.
Madre
Teresa de Calcutá, religiosa de origem albanesa naturalizada indiana viveu uma
vida simples, mas totalmente dedicada a servir aos mais pobres e necessitados.
Uma vida marcada não tanto por grandes realizações, mas pela grandeza dos
pequenos gestos que se tornam grandes pela intensidade do amor, pela capacidade
de entrega e doação. O que se revela nas palavras da agora Santa Madre Teresa:
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar.
Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.” Não foi sem motivo que ela,
ainda em vida, ficou conhecida como "Santa das Sarjetas". Aquela que
se importava com os últimos, com os esquecidos, com os mais sofridos e
abandonados.
Sua
existência é um testemunho a serviço da vida e da paz. Por sua luta a favor dos
abandonados e pela defesa do nascituro, contra o aborto, recebeu o Prêmio Nobel
da Paz, em outubro de 1979. Nesse mesmo ano, o Papa João Paulo II, seu amigo
pessoal, a recebe em audiência privada nomeando-a "embaixadora" do
Papa em todas as nações. Isso fazia jus ao que ela gostava de repetir: “Temos
de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade”. Eis
aí uma missão que devemos abraçar. Uma missão que começa dentro de nossas
casas, com os mais próximos da família e deve estender-se para nossas ruas e
bairros, para nossos arredores e cidades até atingir os rincões mais distantes.
Ser devoto de um santo é recriar em nós suas virtudes, é fazer nossas as suas
atitudes. Todos somos chamados a ser santos, vocacionados a amar.
Madre
Tereza de Calcutá foi beatificada em 2003 pelo Papa João Paulo II e
canonizada pelo Papa Francisco, no último dia 04 de setembro. Foi elevada aos
altares para ser um sinal, uma referência segura de um caminho de seguimento a
Jesus, um caminho de salvação. O mundo segue carente de amor, doente pela
violência, afogado na corrupção e sedento de paz. A vida de Madre Teresa
ressurge como um grande testemunho de amor a ser recriado por nós, uma seta que
aponta para a acolhida do necessitado, para a defesa da vida. Uma luz a revelar
que somos todos irmãos e que a fraternidade, o amor é o remédio para todos os
males familiares e sociais. Somos chamados a ser missionários do Amor. E isso é
pra começo de conversa.
Denilson
Mariano.