Maio, mês das flores, mês das mães, também mês do
amor, da presença de Deus com rosto materno, que é ternura e misericórdia. Um
mês que foi precedido de uma bela e importante Exortação Apostólica dirigida às
famílias, “Amoris Laetitia” (AL) que significa: A Alegria do Amor. Esta
Exortação vem carregada de um amor sincero e profundo para com as pessoas, para
com os casais e as famílias já tão marcadas pelo sofrimento e pela dor.
Trata-se de uma Carta amiga, de um pai que olha com amor e misericórdia para seus
filhos, assim é esta Exortação Apostólica do Papa Francisco.
Em certo sentido vamos encontrar aqueles que julgam que
esta Carta ainda avançou pouco e que não deu uma resposta decisiva à questão da
comunhão para os divorciados em segunda união, nem abriu caminho para a união
dos “casais” homossexuais. E, por outro lado, outros julgam que o Papa teria
aberto demais o leque do acolhimento às famílias em situações irregulares a
ponto de enfraquecer a doutrina da Igreja sobre o Matrimônio. Estas posições extremistas,
ambas parecem carentes de uma experiência mais profunda do Deus Ternura e
Misericórdia, tal como Ele se manifesta na pessoa de Jesus revelada nas
Escrituras. Revelam que ainda precisamos crescer muito na prática da
Misericórdia.
Mas, deixemo-nos tocar pela alegria do Amor nas famílias.
Deixemos que esta Carta cumpra o papel de ser um bálsamo para aliviar um pouco
da muitas feridas das nossas famílias. Que ela ajude a devolver um pouco de
alegria aos casais em segunda união que “não só não têm de se sentir
excomungados, como também podem viver e evoluir como membros ativos da Igreja”
(AL 299). Que abramos nosso coração para reconhecer que “já não se pode dizer
que todos os que se encontram em uma situação dita irregular vivem em pecado
mortal” (AL 301).
Que também os ministros da Igreja possam espalhar essa
Alegria do Amor ao agir com maior misericórdia na hora de definir as questões
sobre o Matrimônio: “É mesquinharia considerar apenas se a obra de uma pessoa
responde ou não a uma norma ou lei geral”.
E, seguindo o conselho do próprio Papa, não convém fazer
uma leitura apressada. Será melhor “aprofundar pacientemente uma parte de cada
vez ou procurar nela aquilo de que precisam em cada circunstância concreta.
(...) Espero que cada um, através da leitura, se sinta chamado a cuidar com
amor da vida das famílias, porque elas ‘não são um problema são, sobretudo, uma
oportunidade.’” (AL 7)
E isso é prá começo de conversa.
Revista O Lutador Ed. 3876 – mai 2016 –
www.revista.olutador.org.br
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