Um
bom número dos nossos leitores conhece a estória do Menino do Dedo Verde, de
Maurice Druon. Estória na qual um menino, filho de um fabricante de canhões tem
um polegar verde e o dom através do qual, tudo o que toca se transforma em
flores, em alegria. Aos poucos ele muda a vida da cadeia, do hospital, do asilo,
e até da fábrica de canhões de seu pai, a ponto de a própria cidade “Mirapólvora”
mudar o nome para Miraflores.
Neste
início de ano, ao voltar nosso olhar para a situação de nosso país nas suas
várias esferas de poder - Legislativo, Judiciário e Executivo – e ainda o
“Quarto Poder” -representado por quem domina os grandes veículos de
comunicação,- todos eles marcados por
desvios de conduta e atos de corrupção, nos damos conta de que estamos diante
de um “Miralama”. Para um feliz Ano Novo, temos a necessidade de acordar em nós
esse “Menino do Dedo Verde”. Esse anjo adormecido que mora em algum lugar
dentro de nós e que outra coisa não é, senão, a esperança teimosa que insiste na
busca da bem, da verdade e da justiça, da verdadeira alegria...
Nosso
Papa Francisco tem feito sua parte e vem nos incentivado a fazer a nossa. Ele
tem se esforçado para dar a sua contribuição para que o mundo se torne mais
humano, mais alegre, mais feliz. Creio que podemos, singelamente, chamar nosso
Papa de “O Menino do Dedo Verde”. É bem verdade que, como acontece na estória, as
aulas curiais lhe dão sono, e seu aprendizado se dá com pessoas concretas, de
experiências que ele faz através dos acontecimentos da vida. Mas é inegável que
ele tem o dom de trazer mais vida e esperança com seu sorriso, sua proximidade,
sua capacidade de acolhida e suas decisões. Por onde passa semeia flores, semeia vida,
alegria...
No
entanto, não lhe faltam opositores, dentro e fora da Igreja. Os mais
conservadores rejeitam a sua postura antidogmática e desejosa de ser sinal de
vida para as situações concretas. O poder econômico não aceita a sua pregação
social na qual postula mais vida para os seres humanos e para o planeta. Há também
os extremistas islâmicos, marcados pelo ódio “aos infiéis” que semeiam a morte
e o terrorismo e já tramam a morte do Papa. E ainda os que apostam nas artimanhas,
nos esquemas de corrupção, numa Igreja de privilégios longe da vida concreta do
povo. Mas Francisco segue, firme e com serenidade, procurando tocar as
situações conflituosas com seu dedo de fé e esperança recuperando um pouco de
paz e de alegria.
Todos
nós podemos ajudar o mundo a ser um pouco melhor. Todos nós somos vocacionados
à promoção da vida, da verdade e da justiça. É com nossas escolhas, ações e
decisões, moldadas no projeto de Deus, que acordamos em nós esse anjo bom, esse
“Menino ou Menina de Dedo Verde” que tem o poder de fazer florir e alegrar tudo
o que está á nossa volta. E isso é prá
começo de conversa.
Ir.
Denilson Mariano
O Lutador Ed. 3872 - jan 2016 www.revista.olutador.org.br
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