quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Missionária do Amor

O amor, quando verdadeiro, mesmo em sua aparente fragilidade é sempre maior e mais forte que a morte, a violência e a guerra. Se em nossas cidades a violência insiste em crescer apresentando situações cada vez mais alarmantes; Se ainda cresce a indiferença frente aos sofredores, famintos e desprezados pela sociedade; Se ainda no mundo o radicalismo islâmico segue expulsando pessoas de sua pátria e fazendo um incontável número de vitimas; Se nações como França e Reino Unido insistem em erguer muros para impedir a entrada de migrantes; Se milhares de refugiados morrem vítimas de naufrágio em costas européias; Se a corrupção desvia os recursos que deveriam chegar aos hospitais para salvar vidas... Ressurge, na contramãos destas situações, o testemunho de uma vida doada a favor dos últimos; uma vida doada aos pobres e doentes; uma vida cuja missão se resume em amar sem medidas. Ressurge o testemunho de uma Missionária da Caridade, uma Missionária do Amor.
Madre Teresa de Calcutá, religiosa de origem albanesa naturalizada indiana viveu uma vida simples, mas totalmente dedicada a servir aos mais pobres e necessitados. Uma vida marcada não tanto por grandes realizações, mas pela grandeza dos pequenos gestos que se tornam grandes pela intensidade do amor, pela capacidade de entrega e doação. O que se revela nas palavras da agora Santa Madre Teresa: “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.” Não foi sem motivo que ela, ainda em vida, ficou conhecida como "Santa das Sarjetas". Aquela que se importava com os últimos, com os esquecidos, com os mais sofridos e abandonados.
Sua existência é um testemunho a serviço da vida e da paz. Por sua luta a favor dos abandonados e pela defesa do nascituro, contra o aborto, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em outubro de 1979. Nesse mesmo ano, o Papa João Paulo II, seu amigo pessoal, a recebe em audiência privada nomeando-a "embaixadora" do Papa em todas as nações. Isso fazia jus ao que ela gostava de repetir: “Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade”. Eis aí uma missão que devemos abraçar. Uma missão que começa dentro de nossas casas, com os mais próximos da família e deve estender-se para nossas ruas e bairros, para nossos arredores e cidades até atingir os rincões mais distantes. Ser devoto de um santo é recriar em nós suas virtudes, é fazer nossas as suas atitudes. Todos somos chamados a ser santos, vocacionados a amar.
Madre Tereza de Calcutá foi beatificada em 2003 pelo Papa João Paulo II e canonizada pelo Papa Francisco, no último dia 04 de setembro. Foi elevada aos altares para ser um sinal, uma referência segura de um caminho de seguimento a Jesus, um caminho de salvação. O mundo segue carente de amor, doente pela violência, afogado na corrupção e sedento de paz. A vida de Madre Teresa ressurge como um grande testemunho de amor a ser recriado por nós, uma seta que aponta para a acolhida do necessitado, para a defesa da vida. Uma luz a revelar que somos todos irmãos e que a fraternidade, o amor é o remédio para todos os males familiares e sociais. Somos chamados a ser missionários do Amor. E isso é pra começo de conversa.

Denilson Mariano.

Revista O Lutador Ed. 3881 – out 2016 – www.revista.olutador.org.br




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