quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A Missão dos leigos e leigas



Comecei este texto recorrendo a documentos e textos que explicitam a missão e o ministério dos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. Mas depois, mudei de ideia. Busquemos algo mais próximo, mais vivencial, como foi a vida de Jesus e a prática dos primeiros cristãos. Nos inícios do cristianismo o que era mais significante, o que mais atraía e mais questionava a sociedade da época era o jeito de viver dos cristãos.
“Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. (...) São pobres, mas enriquecem muita gente; de tudo carecem, mas em tudo abundam. São desonrados, e nas desonras são glorificados. (...) Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo. A alma está em todos os membros do corpo e os cristãos em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, não é, contudo, do corpo; também os cristãos, se habitam no mundo, não são do mundo.”
Este trecho da Carta de Diogneto, datada do ano 120 d.C., bem expressa a missão do leigo e leiga no mundo: Ser uma presença viva do Evangelho em tudo o que faz. Ser um fermento que faz crescer as bem-aventuranças do Reino. Ser uma luz que ilumina os que andam nas trevas da violência, da injustiça, do pecado e da corrupção. Ser um sal que tempera a vida dos irmãos com a misericórdia e não deixa que se percam os pequeninos. Em resumo: um jeito novo de ser e agir no mundo. Aí está o sentido maior de um laicato maduro e comprometido com sua fé.
Pelo Batismo somos constituídos Povo de Deus, somos incorporados a Cristo e n´Ele, com Ele e por Ele, somos um só Corpo – a Igreja – que age no mundo pela força do Espírito Santo. É preciso ter consciência dessa realidade para (re)descobrir a missão própria do leigo, chamado ao discipulado missionário. Chamado a ser um “sinal de contradição”. Ser no mundo um testemunho de que vale a pena ter fé e esforçar-se por viver como Jesus viveu. Como os primeiros cristãos viveram. Eis o cerne da missão e do sentido do ministério a ser desenvolvido pelos leigos e leigas.
Ser cristão vai além da participação nas missas e encontros e além do assumir um ministério ou uma pastoral na comunidade ou paróquia. Não pode o leigo ou leiga reduzir-se a um “leigo de sacristia”. Sua missão é muito maior. Sua participação na vida de fé da comunidade deve dar forças e prepará-lo para testemunhar o Cristo no seu ambiente de trabalho, nos seus meios sociais, nos seus canais de comunicação e no uso das mídias sociais. Enfim, ser uma presença transformadora daquele que (re)descobriu a “Alegria do Evangelho” e alegremente o comunica, pois ele transborda do coração. E isso é prá começo de conversa.

Denilson Mariano

Revista O Lutador Ed. 3878 – jul 2016 – www.revista.olutador.org.br

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