Comecei
este texto recorrendo a documentos e textos que explicitam a missão e o
ministério dos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. Mas depois, mudei de
ideia. Busquemos algo mais próximo, mais vivencial, como foi a vida de Jesus e
a prática dos primeiros cristãos. Nos inícios do cristianismo o que era mais
significante, o que mais atraía e mais questionava a sociedade da época era o
jeito de viver dos cristãos.
“Os
cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua,
nem pelos costumes. (...) São pobres, mas enriquecem muita gente; de tudo
carecem, mas em tudo abundam. São desonrados, e nas desonras são glorificados.
(...) Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo. A alma
está em todos os membros do corpo e os cristãos em todas as cidades do mundo. A
alma habita no corpo, não é, contudo, do corpo; também os cristãos, se habitam
no mundo, não são do mundo.”
Este
trecho da Carta de Diogneto, datada do ano 120 d.C., bem expressa a missão do
leigo e leiga no mundo: Ser uma presença viva do Evangelho em tudo o que faz.
Ser um fermento que faz crescer as bem-aventuranças do Reino. Ser uma luz que
ilumina os que andam nas trevas da violência, da injustiça, do pecado e da corrupção.
Ser um sal que tempera a vida dos irmãos com a misericórdia e não deixa que se
percam os pequeninos. Em resumo: um jeito novo de ser e agir no mundo. Aí está
o sentido maior de um laicato maduro e comprometido com sua fé.
Pelo
Batismo somos constituídos Povo de Deus, somos incorporados a Cristo e n´Ele,
com Ele e por Ele, somos um só Corpo – a Igreja – que age no mundo pela força
do Espírito Santo. É preciso ter consciência dessa realidade para (re)descobrir
a missão própria do leigo, chamado ao discipulado missionário. Chamado a ser um
“sinal de contradição”. Ser no mundo um testemunho de que vale a pena ter fé e
esforçar-se por viver como Jesus viveu. Como os primeiros cristãos viveram. Eis
o cerne da missão e do sentido do ministério a ser desenvolvido pelos leigos e
leigas.
Ser
cristão vai além da participação nas missas e encontros e além do assumir um
ministério ou uma pastoral na comunidade ou paróquia. Não pode o leigo ou leiga
reduzir-se a um “leigo de sacristia”. Sua missão é muito maior. Sua
participação na vida de fé da comunidade deve dar forças e prepará-lo para
testemunhar o Cristo no seu ambiente de trabalho, nos seus meios sociais, nos
seus canais de comunicação e no uso das mídias sociais. Enfim, ser uma presença
transformadora daquele que (re)descobriu a “Alegria do Evangelho” e alegremente
o comunica, pois ele transborda do coração. E isso é prá começo de conversa.
Denilson
Mariano
Revista
O Lutador Ed. 3878 – jul 2016 – www.revista.olutador.org.br
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