quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Esperança e paz

  
No fim de ano, dois momentos fortes nos reconduzem ao anseio de Esperança e de Paz. Natal e Ano Novo, duas festas que, de certa forma, tomam conta da vida de todos os cristãos, em todas as partes do mundo.
O nascimento de Jesus nos aponta o infinito amor de Deus que não apenas quis morar com os homens, mas se fez homem para nos revelar a plenitude da humanidade. O Amor se humaniza para mostrar aos homens a essência da vida. Viver é essencialmente amar. Pois ao se humanizar, Deus plantou, definitivamente, a fraternidade no seio da humanidade. Somos todos irmãos. Devemos aprender a viver como irmãos, amando-nos uns aos outros. E nessa arte de amar, somos sempre aprendizes. Por isso, o caminho feito por Jesus, seu modo de ser e de viver, seu modo de pensar e de agir devem ser recriados por nós de acordo com a realidade e os contextos atuais.
Celebrar o Natal muito além de uma cerimônia na Igreja, seguida de uma ceia farta e de troca de presentes. Celebrar o Natal é abrir-se para a arte de amar o próximo. É fazer-se próximo, fazer-se irmão de todos, sobretudo daqueles menos favorecidos e, por isso, mais necessitados. Jesus é o nosso Caminho.
Na medida que conseguirmos ser mais irmãos uns dos outros, haverá também mais esperança. Conseguiremos diminuir as distâncias, teremos maior facilidade em perdoar e nos apegaremos menos às diferenças e mais ao que nos une. Os pontos de vista diferentes não serão causa de divisão, mas caminho para um mútuo crescimento.
Nesta virada de ano, quando celebramos 500 anos da Reforma Luterana, somos convidados a um esforço de comunhão ainda maior. Somos irmãos, seguimos o mesmo Cristo, partilhamos os mesmos desafios em nossa história. Não podemos nos dar ao capricho de que nossas diferenças enfraqueçam a fraternidade no mundo. Não estaríamos sendo fiéis ao Evangelho que anunciamos. Precisamos construir pontes, fortalecer a comunhão entre os cristãos: Jesus é a nossa Verdade.
E, no primeiro dia do ano, celebramos a fraternidade universal. Trocamos votos de felicidades, prosperidade e paz. Esses votos, para se concretizarem, têm de ser seguidos de atitudes de conversão, de prática de justiça, de luta contra a violência e contra a corrupção. Bons anseios podem ser a fagulha capaz de ligar o motor da fraternidade, mas, por si só, não constituem força capaz de mudar o mundo. O que muda o ser humano e por isso, é capaz de mudar o mundo, são as atitudes de amor. Não é sem motivo que aqueles que mais influenciaram o mundo, positivamente, foram pessoas que desenvolveram a capacidade de amar. As Igrejas, as religiões existem para fazer desabrochar no ser humano esta capacidade. A função da religião é potencializar os homens para o amor. O que destoa do amor, não vem de Deus... Mas Jesus, o filho de Deus, nos revela o rosto misericordioso do Pai, nos revela a verdadeira imagem do ser humano. Jesus é a nossa Vida. Um Natal de esperança e um Ano Novo de verdadeira paz para todos!


Denilson Mariano

Revista O Lutador Ed. 3883 – out 2016 – www.revista.olutador.org.br

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