Quando
nos habituamos com o estilo de uma pessoa, logo o reconhecemos pelo seu jeito
de falar ou de escrever. Isto se torna cada vez mais claro na pessoa de
Francisco. Seu modo de falar, suas atitudes e seus escritos são marcados por um
traço inconfundível de alegria e mais ainda de uma profunda misericórdia.
Sua
última Carta Apostólica faz do encontro de Jesus com a mulher acusada de
adultério um ícone da ação misericordiosa de Deus. Traz à tona as páginas de
misericórdia do Evangelho, não raro esquecidas pela dureza de coração e pela
cegueira da lei. Misericórdia é uma atitude a ser recuperada pela Igreja
entendida não apenas enquanto instituição, mas uma atitude a ser recriada e
assumida por todos os batizados. Cada fiel é chamado a ser misericordioso, só
assim a Igreja será, verdadeiramente, misericordiosa.
Misericórdia
há de ser o jeito de ser de cada um de nós, deve ser este o nosso estilo. Deve
ser este o estilo de cada cristão. Por isso o Papa nos recorda que a
misericórdia está no coração da Celebração Eucarística e que a Palavra de Deus
é fonte de Misericórdia. O ministro ordenado é o ministro da misericórdia, os
voluntários que atuam no serviço à misericórdia, leigos e leigas zelosos da
defesa da vida, são os protagonistas da caridade. Francisco ainda nos convida a conjugar no dia
a dia um novo verbo “misericordiar”, agir com misericórdia, não desviar o olhar
dos pobres e necessitados, não se furtar a ajudar a quem precisa, consolar os
aflitos, acolher, perdoar... enfim, ser capaz de agir como Jesus. Dar ouvidos a
Seu apelo: “Sede misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso” (Lc
6,36).
E
não se trata de nenhum romantismo, ou de uma ideia vaga. O anseio do Papa e seu
convite a todos nós é cultivar uma atitude nova. Criar uma cultura da
misericórdia capaz de vencer o individualismo que nos cega às necessidades dos
outros. Uma nova maneira de agirmos e de convivermos de forma mais evangélica,
mais cristã.
Na
medida em que assumirmos um jeito mais misericordioso de ser e de agir, vamos
fazendo com que nossa família seja mais misericordiosa; nosso ambiente de trabalho será mais humano;
nosso bairro e nossa cidade serão mais pacíficos; nossa Igreja e nosso mundo
experimentarão maiores sinais do Reino de Deus. Com a prática da misericórdia,
só temos a ganhar. E isso é pra
começo de conversa.
Denilson
Mariano.
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